sexta-feira, 19 de março de 2010

Aimorés com Bahia.



Essa porta na Rua da Bahia sempre me chamou a atenção. É notável a presença de stickers e stencils na nossa cidade, mas não tão aglomerados e harmônicos como neste lugar.

Entrevistei hippies que me confessaram nem reparar tanto a porta, que estavam naquele quarteirão apenas pelo ar fresco provocado pelas árvores e porque naquele lugar a polícia ainda não os tinha descoberto.

Entrei no prédio e descobri que ela guarda uma biblioteca, mas que é impossível acessá-la por dentro. Ou seja, a porta não tem nenhuma serventia relacionada ao seu funcionalismo intrínseco: não deixa pessoas passarem (isso fica visível quando se percebe as laterais enferrujadas, embora a maçaneta esteja impecável).
Ela também não é notada pelos transeuntes, que passavam apressados àquela hora do dia - e provavelmente em todas as outras. Ela é só um lugar onde eu paro às vezes para observar seus cartazes, antigos sobre os velhos, críticas que ninguém quer ver.
Felizmente, sei que não estou sozinha. Entre os cartazes há uma frase pregada que diz: "às vezes eu procuro respostas nos cartazes pregados nas paredes". E um email embaixo.
Quem sabe?

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